segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Projeto previsto na proposta de reforma política pretende extinguir com coligações está em discussão no Congresso, e com isso, dirigentes de legendas estudam alternativas


            A possibilidade de a reforma política, em discussão no Congresso, acabar com as coligações para eleições proporcionais – para vereadores e deputados – preocupa, sobretudo, os partidos pequenos, que muitas vezes dependem das alianças para eleger os representantes nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional. Em Niterói e São Gonçalo os dirigentes destas legendas já avaliam a possibilidade de lançar mão do chamado “plano B”. Entretanto, há opiniões contraditórias.
            O presidente do diretório do PV em Niterói, Eurico Toledo, vê o fim das coligações nas eleições proporcionais como uma das mais importantes modificações decorrentes do projeto de reforma política que vem sendo examinado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados.
“No meu entender isso seria um golpe de morte nas chamadas legendas de aluguel. Pequenos partidos que não apresentam um programa próprio, que não seguem uma linha pragmática e que geralmente só aparecem na hora de buscar um lugar em alianças lideradas por grandes agremiações partidárias.”

Classe tem opiniões distintas
             Paulo Eduardo Gomes, presidente do PSOL, faz coro com o colega verde e afirma que seu partido apoia a reforma política e, principalmente, o fim das coligações. “A orientação do PSOL é trabalhar no sentido de formar uma nominata forte e buscar o lançamento de candidaturas próprias, sem coligação.”
Jayme Bittencourt Suzuki, presidente do PSC, aposta no tempo, ou melhor, na falta dele para a aprovação da reforma para entrar em vigor em 2012. “Por isso estamos trabalhando de acordo com o nosso projeto de eleger pelo menos dois representantes para a Câmara Municipal, onde hoje não estamos presentes”, disse.
O presidente do PTdoB, Francisco Mendonça, diz que vem conversando com deputados federais da legenda, e que sentiu nessa troca de ideias que o grande interesse a seu ver seria o fim das coligações nas eleições majoritárias.
              “Não vejo nenhum interesse no fim das coligações nas eleições proporcionais. Vai trazer muito transtorno para os pequenos partidos, mas teremos que enfrentar a realidade. Se a proibição vigorar teremos que partir para um plano B, que seria uma carreira solo, o que exige uma estrutura muito grande e alto investimento”, lembra.

Não vai haver tempo para tantas mudanças, crê líder de partido
                Outra que aposta que não haverá tempo hábil para aprovar as mudanças até as eleições de 2012 é a presidente do PTB, Elaine Costa. Ela diz que o partido, grande a nível nacional, vem trabalhando para crescer em Niterói, e espera fazer isso coligado com parceiros tradicionais, como o PT. “Isso atrapalha, mas como todos os outros partidos teremos que mudar nossos planos caso aconteça a mudança.”
Carlos Magaldi, presidente do PP, acha que o fim das coligações favorece os grandes. “Se cair, partiremos para a nominata própria”, afirma.
                 Em São Gonçalo, Fábio Farah (PTdoB) diz que a proibição atrapalha, mas lembra que nas últimas eleições o partido veio sozinho e fez Eduardo Gordo presidente da Câmara. “Independentemente de haver coligação ou não, candidato tem que ter é voto”, sentencia, lembrando que com nominata de 27 nomes em 2008 o partido fez dois vereadores, “que ficaram entre os quatro mais votados.”
Outro Farah, este Rodrigo e do PRP de Niterói, é presidente da Comissão de Constituição e Justiça na Câmara niteroiense, e diz que o partido, apesar de pequeno, já mostrou que tem força eleitoral e política na cidade.

Fonte: Jornal O FLUMINENSE

Nenhum comentário:

Postar um comentário