segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Em entrevista à BandNews, Freixo cobra investigação de ameaças e diz que tem passagem de volta




Em entrevista ao jornalista Ricardo Boechat, da rádio BandNews, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), ex-presidente da CPI das Milícias, falou sobre as ameaças de morte que recebeu - foram sete apenas este mês, todas creditadas a grupos para-militares - e que provocaram sua saída do país, o que acontece nesta terça-feira. Veja aqui os principais trechos da conversa:

- A saída do país é uma vitória das milícias?
Não porque tô voltando muito em breve. Não recuei. Não vou recuar, não abro mão da minha vida pública. Se saio em definitivo, aí sim seria uma vitória da milícia. Mas não é essa a decisão que estou tomando. Só no último mês foram sete denúncias e nenhuma delas veio acompanhada de providências. Esse silêncio do poder público assusta mais do que as ameaças.

- A família volta para o Brasil com o senhor?
Nós voltaremos e vamos continuar esse trabalho. A família volta também. Não tenho problema particular com a milícia. Como parlamentar, abri uma CPI para investigar algo, o que precisava ser feito. Quinhentas pessoas foram presas da CPI para cá. Mas eles (os milicianos) não perderam territórios. Pelo contrário: ampliaram. Têm mais rendimento, mais lucro.

- Sobre a ousadia das milícias cariocas.
Eles torturaram jornalistas, mataram uma juíza (Patrícia Acioli, assassinada em agosto passado) e ameaçam um parlamentar. Nos seus dez anos iniciais, a máfia italiana não fez isso. Demorou um tempo para que eles (os italianos) tivessem essa ousadia que os milicianos têm.

- O que têm essas últimas ameaças de diferente das anteriores?
Eu recebo ameaças desde a CPI, em 2008. Tô preparando um dossiê dessas ameaças. Da morte da Patrícia (Acioli) para cá, houve um aumento muito grande do número de ameaças. São denúncias detalhadas. E nunca recebi um telefonema, uma procura do poder público, dizendo ter tomado providências sobre essas ameaças. Recebo o disque-denúncia e só falta vir embaixo assim: "vire-se".

Mas a sua segurança vem de onde?
É provida pelo estado, como tem que ser. Tem ajustes necessários, como o número de agentes, que tem que ser reforçado. Esse tempo fora é o tempo de esses ajustes serem feitos. O que me impressiona é que em cima de cada ameaça tem que ter retorno, como uma investigação. Só dizem que não procede. Diziam que as ameaças contra a Patrícia também não procediam e olha o que aconteceu.

- Quando o senhor sai do país?
Saio amanhã e volto ainda este mês. É só o tempo de haver esse ajuste na minha segurança. Não quero pensar que esse ajuste pode não existir. Já tenho passagem de volta.


Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/em-entrevista-bandnews-freixo-cobra-investigacao-de-ameacas-diz-que-tem-passagem-de-volta-2896074.html#ixzz1cMjrps3w

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