Terceiro vereador mais votado de Rio Bonito nas eleições de 2008, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Marinho Soares, procurou o Jornal Nova Imprensa para manifestar sua indignação com a atual administração da cidade. Ele afirma que o prefeito, José Luiz Alves Antunes, conhecido como “Mandiocão”, não atende às solicitações dos vereadores dificultando ações que poderiam beneficiar a população ribonitense.
A trajetória política do vereador começou quando foi convidado pela então prefeita da cidade, Solange Almeida, em 1997, para assumir a secretaria de Administração. Fernando permaneceu no cargo até o ano 2000, quando aceitou a gerência geral do INSS de Rio Bonito. Mesmo afastado das atribuições políticas, sempre foi aconselhado a lançar sua candidatura. Em 2008, foi eleito vereador, mas logo surgiram alguns problemas.
“Eu entrei aqui em busca de parceria com o governo municipal, na tentativa de melhorar algumas coisas e fazer um bom trabalho. Só que o prefeito parece ter algum problema contra vereador ou não gosta de vereador. Nos dois anos que fiquei lá, nunca deixei de aprovar nada e ajudei no que pude. Hoje eu não estou ao lado dele porque sempre o procurei para ajudá-lo e ser ajudado. Eu disse a ele que não queria nada de graça, o objetivo era colocar as pessoas para trabalhar e ajudar a máquina administrativa. Porém, eu não consegui colocar nenhum servente na prefeitura. Então, se a pessoa não me escuta para nada, por que vou ficar ao lado?”
Segundo Fernando Soares, as emendas e projetos da Câmara esbarram na falta de compreensão da prefeitura. “Ele só faz o que quer. Tudo o que pediu nós fizemos porque ele ganhou a última eleição dizendo que não o deixavam trabalhar. Quando entrei, disse que isso não iria acontecer, mas não houve mudanças”, declara. Sobre seu afastamento em relação à convivência com o governo ele afirma: “A educação está ruim, a saúde está péssima e por isso eu não quis manter ligação com ele. Está fazendo uma administração tão ruim que é melhor ficar de fora e ser contra. Falta remédio, médico, merenda nas escolas e condução para os estudantes”.
Além das necessidades básicas, Fernando ressalta a importância da valorização da cultura na cidade.
“Temos que fazer algo pela cultura de Rio Bonito, para que os jovens tenham uma atividade. Existe um grupo que montou uma lona de teatro onde fazem apresentações uma vez por mês. Eles não recebem nenhum centavo da prefeitura. Grupos musicais procuram apoio e a prefeitura nunca pode ajudar. Existem professores bons de capoeira e jiu-jitsu que querem participar de competições em outras cidades e também não podem contar com o apoio. Então, o vereador tem que tirar dinheiro do próprio bolso para ajudar essas pessoas. Cadê a cultura? Publicação de livros é muito importante, mas cultura não é só isso”, adverte Fernando Soares.
O vereador diz estar desiludido com o cargo. “Assumi cheio de ideais, querendo fazer o melhor por Rio Bonito. Mas, se o prefeito não te escuta você é mais um. Eu nem sei se venho como candidato nas próximas eleições. A equipe quer isso, mas eu só venho para apoiar um prefeito que nos escute”, finaliza
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